O inverno é marcado por ser um período que costumamos nos vestir de maneira mais elegante, aproveitando os dias mais calmos e serenos.
E como todo friozinho combina com um bom vinho para acompanhar, escolhemos quatro vinhos de quatro regiões distintas da Europa. Todos eles têm uma característica em comum, pois são vinhos em que predomina a elegância.
Conheça um pouco mais sobre eles e sobre as suas regiões de origem.
Alsácia – França
A França é considerada o berço do vinho. O vinho branco, em especial, tem uma característica muito interessante, que é o fato de ser um vinho branco da uva riesling, uma das raríssimas uvas da França que não são francesas.
A França é muito conhecida por ter as suas uvas exportadas para outros países, como a Cabernet Sauvignon, a Chardonnay, dentre tantas outras.
E a riesling é uma uva que na verdade é originária da Alemanha. O vinho feito a partir dessa uva é o vinho riesling da região da Alsácia, que fica bem na fronteira com a Alemanha. A cultura alemã é muito presente naquela região, seja nas construções ou até no rótulo da bebida.
A influência alemã na região é tão forte que o rótulo da bebida recebe o nome da uva, riesling, o que é muito raro de vermos em um vinho francês. Normalmente nos rótulos franceses vemos escrito apenas o nome da região em que é produzido, como seria Alsácia, da mesma forma que encontramos Champagne, Borgonha, Bordeaux, dentre outros.
O formato da garrafa é outro diferencial, pois ela apresenta um formato de vinho alemão.
A riesling é uma uva excepcional, que proporciona um vinho branco diferente, com um sabor mais marcante, visto que é uma uva que tem a capacidade de poder envelhecer, o que é algo bem importante de se frisar.
Muitas vezes, as pessoas têm aquela sensação de que o vinho branco é aquele para ser bebido jovem, fresquinho, geladinho, quando na verdade nem todos os vinhos brancos são assim.
O riesling, e principalmente o riesling da Alsácia, é um vinho que tem esse potencial de guarda, ou seja, ele envelhece bem com o tempo.
No Brasil, é possível encontrar a uva na região sul do País, principalmente na Serra Gaúcha, onde o vinho é feito da uva riesling itálico, que embora tenha o nome semelhante não tem nada a ver com a uva de origem alemã.
Ribera Del Duero – Espanha
País que tem a maior área de vinhedos plantados no mundo, a Espanha é considerada como uma das grandes produtoras de vinho. Uma região específica que se destaca é a Ribera Del Duero.
O nome Duero é justamente do Douro, o rio Douro, que começa na Espanha, passa por Portugal e vai terminar na cidade do Porto, desembocando no mar. Isso torna o rio Douro, naturalmente, um dos rios mais importantes do mundo do vinho.
Quando falamos de vinho espanhol, lembramos logo de duas regiões, que são a Ribera Del Duero e Rioja, que são duas regiões muito marcantes da Espanha.
A uva principal da região de Ribera Del Duero é o Tempranillo, que é a uva de destaque da Espanha.
Ela inclusive tem vários nomes ali na Espanha e vai mudando de nome de região para região. A região da Ribera é uma região muito característica do País, fazendo grandes exemplares de vinho.
Lá temos ícones espanhóis, como, por exemplo, o Vega Sicília, que é um vinho maravilhoso, de um preço bem elevado, embora possam ser encontrados na região vários outros vinhos de valores bem mais acessíveis.
Outro ponto interessante para lembrar da região da Ribera diz respeito à denominação dos vinhos, que mudam de lugar para lugar.
Em vinhos Crianza, por exemplo, existe uma legislação que determina o que precisa ter sido feito no processo de fabricação e de produção desse vinho para que ele possa ser Crianza. Geralmente isso está relacionado ao tempo e ao estágio do barril.
Em várias outras regiões, na realidade na quase totalidade delas, trata-se mais de uma questão de marketing da vinícola adotar o termo reserva ou gran reserva.
Douro – Portugal
Região que representa muito bem Portugal, Douro é uma das principais regiões vinícolas do mundo. Muitos dizem que é uma das mais bonitas, sendo inclusive patrimônio da Unesco.
O que caracteriza muito a região do Douro é a questão dos Blends. Portugal é muito conhecido por ser o país dos Blends, principalmente por conta dessa região.
O Blend na verdade é quando você faz um vinho com diferentes uvas, misturando-as.
Em Portugal existe uma série de uvas autóctones, que são uvas daquele próprio País. No Douro vamos encontrar a Touriga Nacional, a Touriga Franca, a Tinta Roriz, que no sul de Portugal é chamada de Aragonês, e que é a mesma Tempranillo da Espanha, a Tinto Cão, dentre uma série de outras uvas.
Outro aspecto em relação à região do Douro é que, pela proximidade do Brasil com Portugal, é possível encontrar por aqui uma variedade de rótulos muito grande, com um bom custo benefício, sendo uma ótima dica para o inverno.
Montalcino – Itália
Não há como pensar no inverno e não pensar em uma massa, uma pizza e uma lareira para embalar o frio. E quando se fala em comida italiana lembramos logo do vinho italiano.
E especificamente em relação a esse assunto, uma região que se destaca é a região de Montalcino, que fica na Toscana.
O Brunello di Montalcino, especificamente, divide com o Barolo o protagonismo dos grandes vinhos italianos.
O Brunello sempre vai se destacar como sendo um grande vinho, embora ele tenha um custo um pouco mais elevado.
A região vinícola é a região da Toscana, onde a uva principal é a Sangiovese.
Na Toscana nós temos uma sub-região, que é a região de Montalcino, onde é produzido o Brunello de Montalcino.
O Rosso di Montalcino é feito na mesma região e com as mesmas uvas do Brunello, mas ele tem algumas diferenças que o fazem ter um custo-benefício melhor.
No processo de fabricação, o Rosso di Montalcino demanda um tempo menor do vinho no estágio do barril e depois na garrafa, antes dele ir para o mercado. Isso faz com que o preço do vinho fique mais barato e a gente consiga preservar uma qualidade alta, mas com um preço acessível.
O Brunello em si é um vinho que necessita de um estágio de barril muito grande, especialmente se for reserva, durando uns dois anos mais um estágio de garrafa. Dessa forma, ele costuma ir para o mercado de cinco a seis anos depois de ser colhido, diferente do Rosso.
O estágio do Rosso é bem menor, sendo geralmente de seis meses.
O Brunello é produzido para o envelhecimento, para a guarda, por isso muita gente fala que um Brunello só pode ser consumido 10 anos depois. Sendo assim, uma safra de 2022 só vai poder ser consumida em 2032. Não se trata de uma regra, mas sim de um parâmetro.
Ao contrário, o vinho Rosso consegue ser um vinho excepcional sem demandar toda essa preocupação no que diz respeito a uma guarda tão longa.
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