O vinho é uma bebida simbólica e uma das mais enigmáticas da história. De acordo com alguns historiadores é mais antiga que a própria escrita. Ele já foi moeda de troca, símbolo de poder e de partilha.
Essa bebida vem se destacando no mundo e a enocultura ganha um holofote especial atualmente por se tratar de uma área de estudos rica e cheia de sabores, formas e cores. Cercada de mistérios, é muito apreciada no mundo todo, mas afinal, onde surgiu vinho? Acompanhe este conteúdo exclusivo para conhecer um pouco mais dessa história.
Muito vinho, poucas palavras
A história do vinho é muito mais antiga que a própria escrita. Ela já data mais de 10 mil anos. Segundo arqueologistas, na região da fronteiriça da Armênia com a Turquia, assim como em regiões russas, por volta de 8000 a.C., o processo de vinificação já dava os seus primeiros passos.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão ao encontrar ânforas, ou vasos de barro com sementes de uva e manchas de algo muito similar ao vinho, dando assim as primeiras evidências dessa história milenar.
O Egito registra o primeiro vinho da história
Em caráter de registro, o Egito possui as evidências mais antigas. Se na Turquia tínhamos suposições, os egípcios escreveram e documentaram o processo de fabricação e consumo da bebida, dessa maneira, é o povo com o primeiro vinho da história.
De acordo com os hieróglifos, as uvas eram plantadas sob a sombra, amassadas com os pés e filtrada com o mais fino linho da região. Assim sendo, era de consumo exclusivo dos faraós. Eles eram tão fãs da bebida que faziam questão de levar ânforas de vinho para dentro dos sarcófagos.
Vale lembrar que o Egito já foi a maior potência do mundo, com um império que se estendia por todo o norte da África. Dessa maneira, era a rota de comércio para outras civilizações.
É nesse contexto que o povo do mar – fenícios – atravessaram o mediterrâneo para aportar na Grécia com um carregamento de vinho há mais de 5 mil anos.
É na Grécia que o vinho se desenvolve
Há mais de cinco milênios, os fenícios entregaram essa bebida divina aos gregos, tão sagrada que possuem até mesmo um Deus para representá-la no monte Olimpo, Dionísio. Mas calma, esse ainda não é o nosso vinho.
De acordo com pesquisas, o vinho grego era uma bebida fermentada de uva (claro!), a qual era adicionada água do mar e reduzida a um xarope. Era mais espessa e suave que o que conhecemos hoje, mas apesar dessa diferença, grande parte das variedades de uvas modernas vieram dos vinicultores gregos.
Por ser um povo mercantil, espalhou todo o seu domínio sobre o leste europeu, levando consigo o vinho, avançando até mesmo para a Itália, França e Alemanha. Mas é o império romano que dá o passo mais longo.
O império romano
Um dos traços mais marcantes do império romano, além das invasões, conquistas e influência na vida moderna, foi o surgimento da igreja católica. É quando o imperador Constantino, por volta de 313 D.C., se torna católico. O vinho se torna a bebida oficial do império.
Na idade média, a água era escassa, poluída e não tratada, de modo que bebidas alcoólicas eram consumidas em larga escala pelos seus poderes antimicrobianos e como revigorantes. Assim, o vinho é difundido e cai no gosto popular. Desde então, cresce o seu consumo e as diferentes civilizações criam as suas variações e contribuem para o enriquecimento da cultura vinífera.
O vinho possui diversas origens. Surge na Turquia, é registrado no Egito, se aperfeiçoa com os helenos na Grécia, cresce com Roma e se espalha com o colonialismo europeu. A cada gole, pense em toda essa história e sinta todos os povos que passaram por essa taça. Saúde!
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