Minas Gerais sempre foi conhecida pela sua fama na produção de café, porém, a região vem ganhando espaço no cenário vinícola do país. A concentração da produção de vinhos em território mineiro acontece no sul do estado. O fato de haver muitas chuvas no período da colheita levou ao cultivo maior de videiras mais resistentes, favorecendo o cultivo das americanas, por exemplo, responsáveis pela produção dos vinhos de mesa. Esse era um cenário comum, mas já podemos observar mudanças, com a presença de vinhos finos em território mineiro, ocupando a 7ª posição na lista de produção nacional.
A responsável por isso é uma técnica utilizada em outros locais. Assim como acontece no Nordeste, no vale de São Francisco, e em São Paulo, é utilizada a técnica chamada dae dupla poda para a produção local, isto é, uma poda é feita em setembro, para a formação de ramos, e outra em janeiro/fevereiro, para produção. Dessa forma, o ciclo da videira é alterado, fazendo com que dois pontos importantes ocorram:
- a maturação em dias ensolarados e noites frescas;
- a colheita feita no inverno, época de menor quantidade de chuvas.
O que isso muda no vinho?
Uvas colhidas no inverno apresentam mais aromas e maior concentração de açúcares e polifenóis, elevando a qualidade do vinho. Além disso, o fato de conseguirem atingir a maturação sem problemas com chuvas faz com que a uva tenha maior equilíbrio entre seus elementos principais: álcool, acidez e estrutura de taninos.
Temos algumas vinícolas que se destacam na produção de vinhos finos em Minas, como a Primeira Estrada e a Luiz Porto.